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Para entendermos mais a fundo sobre o assunto, segue agora (de forma resumida) a opinião dos autores escolhidos para a pesquisa sobre sonoridade nos pontos de contato. Vocês poderão encontrar o texto completo nos Artigos que constam desse site em "Publicações ".

     Leopold Auer (1845 – 1890) referiu-se  aos problemas de produção de som no violino em seu livro “Violin playing as I teach it”, mas não de maneira tão detalhada como Flesch. 

    Para Carl Flesch, os três importantes elementos para a produção de som de qualidade são: velocidade e pressão do arco e o ponto de contato, que foram primeiramente mencionados e analisados tecnicamente no seu livro "Problems of tone production in violin playing" (Nova York: Carl Fischer, 1931). Antes deste livro voltado somente para sonoridade do violino, o pedagogo sentiu a necessidade de expressar sua opinião sobre uma das partes mais essenciais da arte do ensino: a necessidade do professorado pensante, defendendo essa ideia em seu primeiro livro "A arte de tocar violino"(Nova York: Carl Fischer, 1954).

 

    Sobre pontos de contato Flesch estabelece algumas regras gerais:

 

• Para arcadas longas e lentas, o ponto de contato deve ser próximo ao cavalete;

• Para arcadas com a utilização de todo o arco em velocidade rápida, o ponto de contato deve ser próximo ao espelho;

• Para dinâmica em forte, o ponto de contato deve ser próximo ao cavalete;

• Para dinâmica em piano, o ponto de contato deve ser próximo ao espelho;

• Para posições mais baixas da mão esquerda, o ponto de contato deve ser entre o espelho e o cavalete;

• Para posições altas da mão esquerda, o ponto de contato deve ser próximo ao cavalete.

      Assim como Flesch,  Ivan Galamian reconhece ainda que há três principais fatores para uma produção de som de qualidade: velocidade do arco, pressão do arco e ponto de contato do arco com a corda. Galamian ressalta que todos os três fatores são interdependentes, ou seja, caso ocorra qualquer modificação em um dos fatores, os demais necessitarão, em pelo menos um deles, de uma adaptação correspondente. Considerando que o arco mova-se paralelamente ao cavalete, as seguintes situações podem ser previstas:

 

Pontos de contato próximo ao cavalete:

Arcos lentos, dinâmica em forte e posições altas de mão esquerda.

Pontos de contato próximo ao espelho:

Arcos rápidos, dinâmicas em piano e posições baixas de mão esquerda.

 

        O ponto de contato central (ponto de contato 3) é o local considerado ideal para equilíbrio da sonoridade. O pontos mudam de lugar com a variação de velocidade e de pressão do arco. Galamian ainda acrescenta que outros fatores, além da velocidade  e pressão, influenciam na localização do ponto de contato: o comprimento, a espessura e a tensão da corda a ser tocada. Nas cordas mais finas, o ponto de contato fica mais perto do cavalete do que nas mais grossas; também nas posições mais altas ele fica mais perto do cavalete do que nas posições mais baixas. Isto significa que, naturalmente, em cada mudança de corda e em cada mudança de posição na mão esquerda o ponto de contato tem que variar, ainda que a velocidade e pressão permaneçam as mesmas.

      Para Simon Fischer, no violino todo assunto que diz respeito à sonoridade está relacionado ao equilíbrio entre a velocidade e pressão do arco em relação à distância que o arco tem do cavalete, e da combinação certa entre velocidade e pressão, com a escolha do ponto de contato a ser tocado. Como exemplo de “falhas” no som, ele cita os guinchos altos  (parecidos com harmônicos e com assobios), que resultam do fato de o arco estar muito rápido (muita velocidade) ou muito leve (pouca pressão) para o contato; e também os sons graves com resultado metálico, ou sonoridade “raspada” / “arranhada”, que resultam do arco estar muito lento ou com muita pressão. Em relação à mão esquerda, o autor explica que nas posições mais baixas, as cordas Sol e Ré (quarta e terceira cordas) respondem com mais dificuldade quando o arco está muito perto do cavalete, e também pelo fato de serem de espessuras mais grossas. Perto do espelho, as cordas Lá e Mi (segunda e primeira cordas) são muito finas para aguentarem mais do que a pressão mínima (acordes de quatro cordas soam melhor quando duas as cordas graves são tocadas mais longe do cavalete, e as duas cordas mais agudas mais perto do cavalete).

 

      Fischer afirma que:

 

•  o  aumento da pressão do arco com um ponto de contato constante requer aumento da velocidade do arco;

•   o  aumento da pressão do arco com velocidade constante requer que o ponto de contato se aproxime do cavalete;

•   a diminuição da pressão do arco com velocidade constante requer que o ponto de contato se aproxime do espelho;

•   o aumento da velocidade do arco com pressão constante requer que o ponto de contato se aproxime do espelho;

•   a diminuição da velocidade do arco com pressão constante requer que o ponto de contato se aproxime do cavalete.

       Todas as situações previstas acima estão fundamentadas em um dos elementos como constante. Ao modificar dois ou três fatores, podemos obter uma grande variedade de combinações.

Quadro Comparativo 

Aqui analisaremos de forma comparativa os três fatores determinantes para um boa sonoridade no violino de acordo com a opinião de cada autor-violinista, seja convergente ou divergente.

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© 2016 por Taís Soares - Sonoridade no Violino

PROEMUS - Programa de Mestrado Profissional em Ensino das Práticas Musicais - UNIRIO

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